Por
ser um tipo de regime que não leva em consideração as necessidades do povo, ao
longo de todos esses anos o regime monárquico ficou desgastado e a necessidade
de mudanças cada vez mais evidente.
Houve
várias tentativas de mudança: a primeira delas ocorreu em 1789, em Vila Rica,
Minas Gerais, onde vivia Tiradentes e outros revolucionários que tentaram
modificar a realidade, principalmente por não concordarem com os altos impostos
cobrados pelo rei. Esse movimento ficou conhecido com a Inconfidência Mineira e
não acabou nada bem, pois Tiradentes terminou sendo preso e enforcado,
encerrando temporariamente com as manifestações. Depois, em 1824, outro grupo
revolucionário, agora de Pernambuco, tentou ir contra o imperador, constituindo
a Confederação do Equador, ação que durou apenas 4 meses e também resultou na
prisão e morte de muitos dos envolvidos.
Ainda
em 1836, lideres do Rio Grande do Sul entram em guerra contra o Imperador
organizando a Revolução Farroupilha, grupo que também foi derrotado e a
monarquia continua imperando no país. Com todas essas derrotas e como a insatisfação
estava evidente em todas as classes sociais, houve acontecimentos determinantes
para que a proclamação da república realmente acontecesse: os fazendeiros
ficaram descontentes com a abolição da escravatura e exigiam que o imperador os
indenizasse; e, os produtores de café do interior paulista eram favoráveis às
ações liberais e mão de obra livre. Cada vez mais isolado, o imperador recebeu
o golpe final porque, aos poucos, os militares também foram se revoltando
contra o império.
Assim,
a Proclamação da República foi um evento que contou com a participação de
muitas pessoas, entre elas as que participaram das campanhas abolicionistas, os
fazendeiros e o exército. Quem começou, de fato, a conspirar para a derrubada
da monarquia foi Benjamim Constant. Porém, quem proclamou a República e pôs fim
ao império foi o Marechal Deodoro da Fonseca, figura de maior prestígio no
exército. Convencido por Benjamim Constant, o Marechal Deodoro concordou com
tal ato no dia 11 de novembro. Foi difícil convencê-lo, pois o Marechal era
amigo de Dom Pedro II.
Na
manhã de 15 de novembro de 1889, Deodoro, à frente de um batalhão, marchou para
o Ministério da Guerra, e declarou o fim do período imperial, e o início do
período republicano. Dom Pedro II, o imperador da época, que estava em
Petrópolis, retornou ao Rio de Janeiro. Ele pensava que o objetivo dos
revolucionários era apenas substituir o Ministério. No dia seguinte, foi-lhe
entregue um comunicado confirmando a proclamação e solicitando sua partida para
o exterior. Entre 1889 e 1930 o governo foi uma democracia constitucional e a
presidência alternava entre os estados dominantes da época: São Paulo e Minas
Gerais.
Curiosidades
Antes
de viajar para Portugal, no dia 17 de novembro, Pedro II escreveu uma mensagem
para o povo brasileiro: "Cedendo ao império das circunstâncias, resolvo
partir com toda a minha família para a Europa amanhã, deixando esta pátria de
nós estremecida, à qual me esforcei por dar constantes testemunhos de entranhado
amor e dedicação durante quase meio século em que desempenhei o cargo de chefe
de Estado. Ausentando-me, eu com todas as pessoas de minha família, conservarei
do Brasil a mais saudosa lembrança, fazendo votos por sua grandeza e
prosperidade."
(fonte: Guia dos Curiosos)
Fonte: SmartKids